segunda-feira, 2 de agosto de 2010

E ontem seria o seu 47º aniversário.

Lembrei o dia inteiro, lembrei com saudade!
E nem contei pra ninguém.

Lembrei que em seu último aniversário teve festa com direito a carro de som e tudo o mais. E eu nem estava, porque haveriam outros. E eles existem, só que sem a sua presença. E me arrependi amargamente.


 Feliz Aniversário!   
Com beijos de muita saudade.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Um dia bonito

Fazia um dia bonito lá fora.
Mas dentro ainda havia a tempestade. Toda a sua felicidade havia ido embora, carregada pelo vento e pela água da chuva, de dias passados.
Ele acariciou a cabeça de seu cachorro e partiu, deixando a casa sobre os cuidados de seu amigo e único companheiro, agora, naquele lar. Resolveu deixar o carro também. O dia estava bonito. Merecia ser aproveitado de outra forma. Não sabia por quê, mas merecia.
E foi andando.
Passou por tantas pessoas na rua e na estação de metrô.
Havia muita diversidade de pessoas ali, em sua cidade, mas nunca havia percebido. Ficou pensando tanto nessa diversidade que se esqueceu da tristeza que havia dentro de si.
Foi quando, saindo da estação do metrô, que ele avistou pessoas vestidas igualmente. E em cada camiseta que vestiam, havia a mesma pergunta estampada. Ele ficou parado lá, olhando aquelas pessoas fazendo, de uma maneira muito interessante, o bem a tantas outras.
Então, surpreendentemente, ao invés de seguir seu rumo, ele foi em direção ao grupo, em especial, a um deles, o que estava mais distante. E sem apresentações formais, ele apenas disse que queria.
E foi abraçado. E envolvido naquele abraço, chorou. E ao começar a chorar foi envolvido pelo grupo inteiro. E ele chorou mais ainda. E em cada lágrima, sentia seu corpo se limpar da tristeza.
Foi o melhor dia da vida dele, desde então.
E era isso o que muitos comentavam em seu trabalho. Embora não soubessem o por quê. Apenas viram explícito em seu sorriso.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Primavera se foi...

Primavera se foi
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“E com ela o meu amor”.

- Você anda diferente.
- O quê?
- Você anda diferente.
- Eu?
- É, você.
- É. Pode ser.
-...
- O que é? Vai ficar me olhando?
- Tá, acho que preciso soltar logo, tudo de uma vez.
- Como assim?
- É que tem tanta coisa acontecendo e eu e você parecemos mais dois estranhos do que duas pessoas íntimas.
- O que você quer dizer?
- A gente ta juntos há cinco anos e...
- 6 anos!
- É... seis anos e... Não tem mais o mesmo gosto. A gente se vê pouco e quando se vê é isso, esse silêncio.
- Se sente como se estivesse com outra pessoa?
- É... exatamente isso.
- Talvez porque a gente tenha crescido juntos nesses últimos anos e quando resolvemos nos focar em nossos projetos, passamos a nos ver pouco e não percebemos o quanto amadurecemos... Não, é?
- Não sei. É meio estranho está com você agora e a gente nem conversa direito e sinceramente, eu não tenho sentido prazer de estar com você e...
- E?
- Eu não sinto mais saudade sua e eu sei que amo você, mas não sinto.
- Como assim?
- É complicado explicar.
- E o que você sugere, então?
- Um tempo...
- Um tempo?
- Ah! Não chora. É só um tempo pra gente...
- Um tempo?
- A gente precisa, antes que isso que a gente sente um pelo outro, morra de vez.
- Em mim continua vivo!
- Vivo e fraco. E eu não disse que está morto, mas que está morrendo. Eu não quero te perder.
- E você acha que eu quero perder você?
- Não! Por isso é melhor esse tempinho, pra gente voltar e sentir saudades e voltar a sentir amor.
-Ta. Tudo bem. Não adianta eu dizer que não, né?! Só me faz um favor?
- Por você? Faço.
- Guarda meu coração com carinho. Eu te amo, tá.
- Também. E muito.
(Outubro de 2008)