Quando saiu de dentro da limusine, a primeira coisa em que pensou foi: "Quem será que está pagando este casamento caríssimo?"
Thiago devia valer muito a pena para ela fazer aquela loucura. Ele devia ser muito bonito e um milionário para compremeter sua liberdade de ser dona do seu nariz.
- Mas ainda sim, como eu vim parar aqui dentro desse vestido?
- Ora, querida, não quer mesmo que eu te conte, né? E olha que eu nem estava lá pra lhe ver se vestindo.
- Papai! Pára de fazer piadinhas. Isso é sério. Eu não quero me casar.
- Você só está nervosa meu bem. E muito linda! A noiva mais linda que já vi em toda minha vida.
Lisa forçou um sorriso. Uma senhora muito elegante veio até ela com um buquê nas mãos e lhe entregou-o. Lisa o pegou mecanicamente. Ainda havia tempo para fugir. Ou simplesmente diria "não". "Não reverendo. Eu me nego a me casar com um homem que eu não conheço."
- Vamos meu bem. A música já foi iniciada.
Lisa saiu do seu estado de transe e segurou no braço do pai e lentamente, subiu as escadas sentindo os pés pisando cada degrau. Seu coração batia acelerado.
Ao passar pelo saguão de entrada, sentiu o estômago pesar. Centenas de pessoas olhavam para ela. Muitas, nem sequer conhecia. Todos sorriam para ela. Alguns cochichavam coisas nos ouvidos de outros. Lisa olhou pra frente. Não conseguia reconhecer o homem que a esperava com um sorriso na face.
- Meu bem, sorria! - Disse-lhe seu pai, baixinho, para que ninguém mais, apenas ela escutasse.
Mas Lisa não conseguiu. Queria chorar. Chorar e sair correndo...
Cada passo até aquele homem, foi sofrido. Chegara até ali rápido demais - mas queria que tivesse levado uma eternidade para isto.
- Lisa, como você está linda, meu anjo! - O homem desconhecido disse a olhando nos olhos e lhe beijando a maçã do rosto.
- Th-hiago, né?! Desculpa, mas eu nem sei quem é você.
- Não se preocupe meu bem, você terá uma vida para descobrir - respondeu-lhe tranquilamente.
Eles se voltaram para frente e o reverendo deu continuidade a cerimônia.
"O que ele quis dizer com Não se preocupe? Lisa, se preocupou ainda mais. Porque no fundo, sabia que não era aminésia pré-casamento. Sabia que realmente, não o conhecia.
5 comentários:
Olá pessoas...
Uma pessoa fez um comentário no post da primeira parte q me despertou a vontade responder...
coisa q eu nunca faço...
Embora eu ame Lygia F. Telles e goste mto de um conto parecido com esse - q na verdade acontecesse com um homem - este foi totalmente baseado em um sonho que eu tive em meados de janeiro...
Então...
Por ser sonho, não sei se o conto influenciou ou não...
Mas tudo é válido, né?!
Nhá Quero mais *-* !!!
Esse seu sonho é show quase nunca me lembro do que sonho.
Oi, Deisinha!
Fui eu quem escreveu este comentário comparando com o conto da Lygia...
A primeira parte do texto me lembrou muito mesmo o conto dela, contudo adorei o rumo completamente inesperado desta segunda parte. E esta última frase resume uma triste realidade que a maioria das pessoas insistem em ignorar: só se conhece uma pessoa de verdade, quando se tenta viver uma vida com ela.
Adorei a mensagem!
Beijos!
Deisinha.
Cá estou eu, depois de "anos" sem aparecer por aqui e, no meu blog também hehe.
Todo e qualquer leitor, por mais que diga que não, gosta de um fim. Diga-me que este "rabisco" tem um fiiiiiim?! haha.
Já tentei descrever alguns sonhos meus, mas eu sempre edito colocando um pouco de ficção na história, nunca dá certo e não fica 100% verdadeiro. hunf, mas enfim.. gosteeeei muito do sonho-conto, realmente passa a mensagem de que nunca conhecemos uma pessoa como ela é. Formamos o conhecimento de uma pessoa por meio das nossas percepções... às vezes é perigoso dar asas a essas percepções.
;)
dá uma passadinha lá no meeu, quando der.
ahhh, também não sou muito fã do barulho ensurdecedor que faz a cigarra, mas comece a pensar em como se encaixa em melodias e forme melodias na mente.. é um bom exercício de criatividade. ;P
beijo ni você.
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