domingo, 15 de maio de 2016

Sobre esse 13 de maio que não pode passar despercebido.



A Princesa Isabel é referendada nos livros didáticos como grande heroína da abolição da escravatura, após aproximados 350 anos de escravidão de negros e negras, trazidos da África.
O que os livros didáticos, encabeçado pela ideologia positivista, liberal e da direita, nunca nos contaram é que uma grande parte dos negros e negras já não eram mais escravos. A alteza do passado apenas cedeu a pressão internacional do grande famigerado capitalismo que precisava de mão-de-obra que sustentasse o mercado - tanto trabalhando sob um baixo custo ao suor de muito trabalho, quanto consumindo.

Os livros didáticos também não nos contaram sobre como os movimentos abolicionistas e quilombos ganhavam força na luta pela condição de escravo dos negros e negras. E que este tiveram grande importância na luta, até que o 13 de maio se concretizasse.

E o que mais me indigna e entristece é que o 13 de maio se concretizou após duas décadas alforriando legalmente os negros e negras da condição de escravo, e não houve sequer alguma medida do Brasil Império para que a população negra tivesse condições de sobrevivência e de viver uma real liberdade. Desde que o processo de alforria de massas de negros e negras se inicia no nosso país, esta população foi sendo expulsa das fazendas, sem trabalho, sem moradia. E foi constituindo suas comunidades urbanas e rurais marginalizados dos direitos civis e perseguidos pela justiça e poder de polícia - como ainda são.

Somente com muita luta, essa população teve direito a ser inserida nas escolas públicas, na década de 1920, já no Brasil República. E ainda assim, em condições de resistência. As condições para inserir a população negra com efetiva matrícula na educação pública, tanto de crianças e adolescentes, como de jovens, adultos e idosos, se concretiza com veemência e aumento quantitativo, há 22 anos, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1994.

Mas esse 13 de maio ainda tem muita luta para se marcada e conquistada. Pois a população que entra na taxa de desistência da escola pública tem não apenas classe, mas uma representatividade massiva em negros e pardos (seguindo a estimativa do IBGE).

Esse 13 de maio ainda não tem a integridade do que se merece ser conquistado: pela situação de vida e vivência das favelas brasileiras, dos quilombos, e população pobre do campo. E não tem porque na luta, brancos como Princesa Isabel são tratados como heróis. E não a população negra que sofreu e ainda sofre consequências de uma elite que enriquece as custas da exploração.

Viva o 13 de maio!
Em memória da nossa marcha, até que sejamos livres.

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